terça-feira, 17 de agosto de 2010


Não poderia dizer, ao certo, o que viria ser uma alma, e nem como adquiri-la. Mas uma vez perdida, nota-se claramente a sua falta, e se essa ausência não for da alma, não imagino o que seja. Uma que, de tal forma agonizante, te impede de querer viver. Talvez isso explique o que tantos dizem, de que sem alma, você não entra no céu, e sim na eternidade do inferno. Mas não me parece, por mais claro que alguns poderiam achar; que adquiri-la e perde-la sejam coisas definitivas. E que, também, céu e inferno sejam lugares ganhados depois da morte. Muito pelo contrario, você sente o próprio inferno, antes de deixar o mundo terreno, quando sente que sua alma fora, ou irá, ou estar sendo corrompida. Juro que, se qualquer pessoa conseguisse evitar tal perda, não tentaria corrigi-la há tempo. Pois, veja bem, primeiramente, quais os motivos da sua perda, e quais os motivos do seu ganho – de quando se sentiu mais vivo do que nunca-, e coloque-as junto e compare-as; é evidente, de que boa parte do que é ganhar uma alma, do motivo de se sentir vivo, seja o mesmo de quando se perde uma, do motivo de se sentir morto. Isto é, sua única diferença é que algo entrou, e a mesma coisa saiu, agora está vazio.

Engana-se absurdamente se acha que falo de religião. Não envolvo aqui, nada além da natureza humana, do que somos, desejamos, almejamos com todas as forças do nosso Ser. A vida, e todos os seus bônus. Dói pensar que alguém iluminado, torne-se vitima da sua própria luz. Que nós mesmo nos convertemos em algo indigno. E mais ainda, da nossa fraqueza por querer apenas sobreviver a tudo, e não desejar viver a tudo isso e mais um pouco.

Às vezes é difícil se contentar com o pouco, quando se prova o melhor, por isso, qualquer um, sendo humano, notaria quando sua luz tornou-se trevas, e, que você apenas sobrevive dia após dia, tentando ridiculamente não conseguir chegar ao fim de um dia se quer.

Talvez o assunto tenha se tornando maior que eu, e, sendo assim, tomei caminhos além. Contudo, finalizo dizendo, que quero novamente o que não tinha... quando enfim ganhei, e que, como uma criança, digo que cuidarei direitinho, levando-a para passear e tratando de nunca deixa-la adoecer. Juro, juradinho.

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